Exame MAPA: a importância de monitorar a pressão arterial por 24 horas | Veja Saúde

A hipertensão é uma doença sorrateira. Silenciosa, vai causando danos ao coração, aos rins e ao cérebro sem que, no início, apresente quaisquer sintomas.

Com aproximadamente 30% da população mundial acometida pela pressão arterial alta, avaliações médicas periódicas são essenciais para diagnosticar o problema e tratá-lo adequadamente, principalmente quando há casos na família.

A avaliação médica inclui uma história clínica bem elaborada que já permita a identificação de possíveis causas do aumento da pressão arterial, além de exames complementares.

Dentre eles, a MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial) é fundamental para o melhor entendimento do comportamento pressórico ao longo de 24 horas.

Por meio de um aparelho colocado no braço do paciente, são realizadas medições da pressão arterial, com intervalos de 20 minutos durante o dia e 30 minutos à noite.

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Essa monitorização noturna é importante, pois há quem apresente alteração apenas durante o sono.

Estudos têm demonstrado a associação da hipertensão nesse período com um maior risco de doenças cardiovasculares.

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Além disso, a MAPA ajuda a verificar o efeito do tratamento com os medicamentos ao longo de um dia todo.

Por meio da MAPA, podemos identificar variações da pressão arterial com quedas (hipotensão) ou elevações abruptas (picos hipertensivos), que podem ou não estar acompanhados de sintomas.

A MAPA também é útil na identificação da chamada “hipertensão do avental branco”, uma elevação da pressão arterial que ocorre na presença do profissional de saúde, e da “hipertensão mascarada”. Essa é o oposto da primeira, com a normalização da pressão arterial na presença do médico.

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O próprio tratamento varia de acordo com os resultados obtidos na MAPA. Em geral, uma vez feito o diagnóstico correto da hipertensão arterial, o tratamento é para a vida toda.

Na presença desse quadro, é preciso investir alimentação saudável (com pouco sal), exercícios físicos e distância do tabagismo e das bebidas alcoólicas.

O que poucas pessoas sabem é que a qualidade do sono pode influenciar a pressão arterial. Ora, a apneia obstrutiva do sono, por exemplo, impacta no controle da pressão arterial.

Além disso, o uso indiscriminado de alguns medicamentos, como anti-inflamatórios não hormonais, pílula anticoncepcional e os sprays nasais com vasoconstritores, podem levar à hipertensão.

*Celso Amodeo é cardiologista e nefrologista especializado em hipertensão do Hcor

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