Bactérias viram aliadas contra infecções no intestino | Veja Saúde
Como seu próprio nome entrega, a bactéria Clostridium difficile é dura na queda: quando ela invade o intestino, a pessoa costuma sofrer diarreias e uma inflamação pesada no sistema digestivo. E olha que isso não é tudo: a única forma de tratar a encrenca são os antibióticos. Ao mesmo tempo que eles podem resolver a parada, são o principal fator para a moléstia reaparecer.
Uma das alternativas mais promissoras é a transposição de uma microbiota equilibrada, rica em bactérias que beneficiam a saúde, para o indivíduo doente. E uma formulação criada pelas companhias Ferring e Rebiotix mostrou-se efetiva nos resultados preliminares dos testes de fase 3, o último estágio antes da aprovação para uso na população.
“A ideia é que a formulação seja analisada nos Estados Unidos este ano e chegue ao mercado brasileiro até 2024”, vislumbra Sérgio Teixeira, diretor médico da Ferring Brasil.
Dominou geral
Até 15% dos pacientes têm o problema mais de uma vez
A guerra começa
Lidar com a Clostridium difficile está entre os grandes desafios da medicina. Essa bactéria se aloja no intestino grosso e provoca vários sintomas — de diarreia a inflamação.
Bomba atômica
Os antibióticos são a única maneira de lidar com a ameaça. O problema é que eles matam as bactérias ruins e boas, sem distinção. E isso abre alas para novas infecções.
Arma inteligente
Conhecido por ora pela sigla RBX2660, o novo tratamento é feito a partir de microbioma, um conjunto de bactérias saudáveis que vivem no nosso intestino.
Ação cirúrgica
O grupo de micro-organismos é introduzido no corpo por uma sonda retal. O objetivo é reconquistar o espaço e repovoar esse trecho final do sistema digestivo.
Desdobramentos
Transplante do microbioma poderá ter outras aplicações
Emagrecimento
Estudos com roedores indicam que o transplante de microbiota tem o potencial de modificar o peso. Mas há muita pesquisa a ser feita ainda a respeito desse tema.
Parkinson
Testes iniciais sugerem que a tática ajudaria pacientes com essa doença neurodegenerativa. É preciso esperar novas informações e trabalhos mais robustos.
Infecções
Assim como acontece com a Clostridium difficile, é possível pensar em formulações de microbioma para lidar com outros agentes infecciosos no intestino.