Ressaca: o que de fato funciona contra os sintomas? | Veja Saúde
As comemorações na época de fim de ano por vezes levam ao consumo exagerado de bebidas alcoólicas, e o resultado é conhecido: a ressaca. Medidas para aliviar os efeitos são inúmeras, mas nem todas eficazes.
O primeiro passo, de acordo com os especialistas, é não exagerar. Vale lembrar que doenças como a cirrose hepática, alguns tipos de câncer e problemas cardiovasculares estão relacionados à ingestão alcoólica sem limites.
De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), agência para as Américas da Organização Mundial da Saúde (OMS), três milhões de mortes, por ano, resultam do uso nocivo do álcool.
“Uma quantidade exagerada é mais de 20 gramas de álcool para mulher e mais de 30 gramas para homem”, indica Mônica Valverde Viana, diretora da Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH). Na prática, são duas taças de vinho ou duas latas de cerveja para o homem e a metade para a mulher, por dia.
O número de doses depende do teor alcóolico de cada tipo de bebida – e muda de acordo com o sexo. O homem tem uma maior quantidade de enzimas que são utilizadas na metabolização do álcool, por isso a indicação para as mulheres é menor.
Se ultrapassamos essa quantidade, o organismo não consegue metabolizar tudo de uma só vez, gerando a desidratação e a hipoglicemia, segundo Viana. “A ressaca vai ser causada principalmente por isso”, explica.
A hidratação, entre as doses, é o segundo passo para evitar os sintomas. “Para cada taça de vinho, duas de água, para prevenir um efeito mais deletério sobre o organismo”, orienta a especialista. Outra recomendação é jamais beber de estômago vazio.
No dia seguinte, mais água
Se os cuidados durante a ingestão de álcool não foram colocados em prática, eles devem ser adotados no dia seguinte: hidratação com água, isotônico e suco de frutas. Outra recomendação é para que favoreça refeições leves e, se possível, descanse, para que o corpo possa se recuperar.
Remédio para o fígado funciona?
Tomar remédio para o fígado antes ou depois de beber é inútil, segundo os especialistas. “Não existe nada provado em estudos científicos que valha a pena fazer isso. O ideal é se ater à quantidade de álcool de acordo com a bebida que está ingerindo”, afirma Mônica.
Outro engano é achar que, quando se é jovem, a ressaca é mais leve. Mas a idade não tem tanta interferência nos efeitos do excesso. “Tem a ver com o sistema de metabolização do álcool pelo organismo. As enzimas digestivas, principalmente as que temos no estômago e no fígado, variam de pessoa para pessoa”, explica a diretora da SBH.
Segundo Viana, pessoas mais velhas tendem a tomar mais medicamentos, como por exemplo para hipertensão ou diabetes. Isso leva à uma sobrecarga do fígado, responsável por metabolizar esses remédios. “Por isso, a gente tende a ver um pouco mais desses efeitos deletérios do álcool nos indivíduos mais idosos”, completa.
*Este texto foi publicado originalmente pela Agência Einstein.