Os quatro pilares para o tratamento do diabetes | Veja Saúde
Atingindo níveis alarmantes em todos os países, o diabetes mellitus tornou-se um problema de saúde pública. Estima-se que, no mundo, mais de meio bilhão de pessoas vivem com a doença – ou seja, um a cada 10 adultos. No Brasil, são 15,7 milhões de pessoas e, na América do Sul, 32 milhões, segundo a Federação Internacional de Diabetes (IDF, na sigla em inglês).
Uma diretriz da Associação Americana de Diabetes (ADA) e da Sociedade Europeia para o Estudo do Diabetes (EASD) estabelece que o tratamento da doença se baseia em quatro pilares:
- Controle da glicemia
- Controle do peso
- Gerenciamento dos fatores de risco cardiovasculares
- Proteção cardíaca e renal
Esta diretriz traz também recomendações de mudança de estilo de vida, baseadas na prática dos cinco “S”. Acompanhe:
- O primeiro deles vem de sitting (ou seja, sentar) e indica que, a cada 30 minutos sentada, a pessoa deve se levantar e se movimentar.
- O segundo, stepping (pisar), recomenda dar pelo menos 500 passos por dia.
- O terceiro está em sweating (suar), com indicação de 150 minutos de atividade física moderada a vigorosa por semana.
- Com strengthening (fortalecimento), os especialistas indicam a inclusão de dois a três treinos de força por semana.
- E, com sleep (dormir), mostram a importância da quantidade e qualidade do repouso para esses pacientes, com recomendação de 6 a 9 horas de sono por noite.
Outro ponto chave da nova diretriz enfatiza os benefícios do controle intensivo da glicemia desde o início do diagnóstico. Estudos mostram que, ao longo do tratamento, pacientes com um bom controle da glicose sanguínea evoluem com menos complicações, como retinopatia, neuropatia, além de problemas cardíacos e renais.
+ Leia também: Canetas inteligentes de insulina podem facilitar o controle do diabetes
As diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) mostram que o risco de aparecimento dessas complicações em pacientes com diabetes é diretamente proporcional ao controle glicêmico.
O exame padrão-ouro para esse acompanhamento é a hemoglobina glicada, que consegue avaliar o histórico glicêmico do indivíduo, dando uma estimativa da média da glicemia nos últimos três meses.
Sabe-se que resultados elevados de hemoglobina glicada (maior que 7%) entre pacientes com diabetes estão relacionados ao aumento de complicações.
Em países como o Brasil, o exame da hemoglobina glicada se mostra uma ferramenta ainda mais importante, principalmente por conta do baixo custo e fácil acesso.
No dia 14 de novembro se comemorou o Dia Mundial do Diabetes. Neste ano, o tema central definido pela Federação Internacional de Diabetes é “Educação para proteger o amanhã”.
O foco da campanha é, portanto, enfatizar a necessidade de acesso à educação de qualidade em diabetes, tanto para pacientes como para profissionais de saúde.
Outras campanhas de entidades que apoiam a causa também fazem coro com a da IDF. É o caso da iniciativa “Tome uma atitude! Juntos no controle do diabetes”, do programa de suporte ao paciente Sempre Cuidando.
Para completar, durante este mês de novembro a SBD e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) estão realizando ações com o objetivo de informar e conscientizar sobre a doença. Para acompanhar, basta acessar o site das entidades.
*Patrícia Dualib é médica endocrinologista assistente da Disciplina de Endocrinologia e Metabologia da UNIFESP, coordenadora do ambulatório de Diabetes e Gestação do Centro de Diabetes da UNIFESP e coordenadora do departamento de Diabetes e Gestação da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD)