O que está por trás das nossas escolhas alimentares? | Veja Saúde

Muitas pessoas estão acostumadas a escolher o que comer com base em uma dieta específica – e pensam que, se não for assim, não conseguirão se controlar ou ficarão muito perdidas em meio a tantas opções.

Mas, para ter mais autonomia e leveza na hora de se alimentar, é preciso mudar essa mentalidade, entendendo a dinâmica das nossas decisões.

Segundo alguns estudos, um adulto faz mais de 35 mil escolhas ao longo de um dia, sendo que a maioria acontece em algum nível do subconsciente, ou seja, não é percebida de forma realmente atenta.

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E o cérebro vai criando hábitos a partir das tarefas executadas com frequência para, assim, poupar energia. Isso vale, por exemplo, para a hora de dirigir ou…comer.

O problema é que essa “falta de atenção” pode trazer algumas consequências, como culpa, arrependimento, sensação de fracasso e frustração.

Um estudo feito na Alemanha demonstrou que as pessoas que ponderam as consequências antes de agir têm maiores chances de fazer escolhas mais assertivas.

+ Leia também: Alimente-se sem perder o controle

Isso significa que é preciso realizar uma pausa antes de tomar decisões, principalmente se existe um desejo de mudança.

Todas as vezes que um caminho é definido, várias outras opções são deixadas de lado.

Por exemplo: quem decide seguir uma dieta, abre mão de comer alguns alimentos por determinado período.

Porém, além de poupar a energia através dos hábitos, nosso cérebro está programado para focar naquilo que perdemos – e não no que ganhamos.

Por esse motivo, toda vez que algo é considerado proibido, o desejo e a probabilidade de descontrole diante desse item aumentam.

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É que essa sensação de estar perdendo algo muito prazeroso faz com que fique mais fácil se render à recompensa imediata em vez de optar por algo que seja melhor no futuro.

Afinal, o futuro está distante e dá tempo de resolver depois, não é verdade?

Nem sempre!

O que fazemos hoje é resultado de uma série de escolhas que aconteceram ao longo do tempo. Sendo assim, o que você define a partir de agora, vai pautar sua experiência lá na frente.

Deixar para decidir depois é garantia de insucesso para o que se deseja. É que vamos vivendo na expectativa do milagre imediato ou da solução de uma urgência.

+ Leia também: Nem muito nem pouco: o papel da vitamina D

Veja o caso do efeito-sanfona: ele é resultado de dietas restritivas que foram colocadas em prática várias vezes para resolver uma questão de curto prazo.

Para ganhar autonomia, fazer melhores escolhas e tomar decisões mais acertadas, comece entendendo onde realmente deseja chegar.

Nesse sentido, aproveito para dar uma dica de livro legal: Comece pelo Porquê, do Simon Sinek, da Editora Sextante (clique aqui para comprar).

É olhando para esse lugar de desejo que recebemos o estímulo para adiar a gratificação imediata e tomar decisões que estarão mais conectadas com esse objetivo futuro.

Além disso, o autoconhecimento contribui para se ganhar força ao escolher aquilo que vai resultar no que faz mais sentido para a vida. Se esse é o desejo real, é para ele que precisamos olhar.

* Renata G. Cabral é nutricionista comportamental e coach na área de bem-estar e estilo de vida

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